Sala do Museu Municipal de Arte recebe o nome de Domicio Pedroso O Museu Municipal de Arte – MuMa, no Portão Cultural, inaugurou no dia 12 de Março, a exposição “Domicio para sempre”, composta por 31 obras, entre pinturas e gravuras, do artista plástico Domicio Pedroso. A exposição é uma homenagem ao artista que faleceu em Julho do ano passado. Por sugestão do prefeito Gustavo Fruet, a sala do MuMA onde serão expostas as obras receberá o nome do artista. Os trabalhos, à exceção de uma obra do acervo da Fundação Cultural de Curitiba, pertencem todos à família. Após a exposição, duas obras serão doadas ao município. A mostra tem curadoria da viúva Leyla Pedroso, das filhas Lenora e Daniela, e de Rodrigo Ferreira Marques. Contribuição – Domicio Pedroso fez parte de uma geração de artistas de grande relevância na história das artes plásticas do Paraná. Aluno de Guido Viaro, participou ativamente dos movimentos artísticos da década de 1950. O amigo e artista Fernando Velloso afirma que Domicio deixou um legado inestimável para as artes paranaenses. “A produção de seus anos de maturidade artística e pessoal e sua postura discreta e reservada como pessoa são um atestado irrefutável de alguém que, ao fim da vida, estava seguro de ter feito sua contribuição à sociedade e à arte”, disse. Segundo Velloso, o interesse principal de Domicio, no seu trabalho, oscila constantemente entre a forma e o grafismo, e a pintura propriamente dita, repleta de refinamentos e nuances de cor. “Refinou a sua linguagem tendo como rumo único a estética, não tendo em momento algum qualquer preocupação ideológica oculta que possa eventualmente sugerir sua temática”, afirma. É o que diz também o crítico de arte, Fernando Bini, confirmando que as paisagens urbanas, mesmo as das periferias das cidades, têm uma preocupação plástica. “Seus efeitos são puramente estéticos com relação ao seu objeto. Foi um mestre na construção do espaço quando reduzia a profundidade através da densidade cromática, lembrando que pintura é cor. Transformava o real em pintura, eliminava o drama, com consciência do caminho da pintura em direção à abstração, mas sem jamais ser um pintor abstrato no sentido estrito do tema”, explica Bini. Sobre o artista – Domício Pedroso (Curitiba, 1930 – 2014) iniciou seus estudos no ateliê de Guido Viaro por volta de 1948 e recebeu o seu primeiro prêmio, uma Menção Honrosa, no II Salão da Primavera do Clube Concórdia, em 1949. No ano de 1953 se formou na Escola de Belas Artes do Paraná. Fez sua primeira exposição individual em 1958, na Biblioteca Pública do Paraná, e no ano seguinte viajou para Paris, com o objetivo de aprofundar os seus estudos e ver de perto a revolução provocada pelos movimentos de vanguarda na arte europeia. Lá desenvolveu seus estudos no campo da comunição visual e estagiou na Radiodifusion Television Française e no Centro de Informações da Unesco, obtendo o diploma da École Normale Supérieure de Saint Cloud, como especialista em técnicas audiovisuais. Retorna ao Brasil em 1962 e no ano seguinte é convidado para organizar o Centro Audiovisual da Secretaria da Educação e Cultura do Estado do Paraná, ocupando o cargo de diretor. Em 1974, vence o concurso de cartaz para o Teatro Guaíra em Curitiba. A partir dessa experiência e com os conhecimentos adquiridos no Centre Audio-Visuel de Saint Cloud, em Paris, Domício passou a desenvolver um trabalho paralelo ao da pintura, em órgãos públicos e em vários museus, projetando espaços museológicos, promovendo e organizando exposições de arte. No início da década de 1980 começa a coordenar a Fundação Nacional de Arte – Funarte, para a região Sul do país, e permane no cargo até 1990. Atuante na história da arte do Paraná, o renomado artista participou ativamente dos movimentos artísticos da década de 50, unindo-se aos artistas que lutavam contra os tradicionais modelos acadêmicos que eram impostos aos salões de arte. E foi desta inquietação dos jovens em busca de novos rumos para a arte paranaense que surgiu o Centro de Gravura do Paraná. Quando o estado deu os primeiros passos em direção à modernidade, Domício não se manteve alheio a essa tendência e nesse período, as suas favelas já mostravam cores fortes e contrastantes, formas mais simplificadas e o espaço definido por proximidade e afastamento dos elementos, sem se preocupar com perspectiva. Até o fim de sua carreira, o artista continuou participando de inúmeras exposições coletivas em galerias e museus. Sua última mostra individual aconteceu no lançamento do livro “Domicio Pedroso”, em 2009, na Galeria de Arte Solar do Rosário. Serviço: Exposição “Domicio para Sempre”, com obras do artista plástico Domicio Pedroso Local: Museu Municipal de Arte – MuMA / Portão Cultural (Av. República Argentina, 3430 – Portão – Curitiba) Data e horário: De 12 de Março (abertura às 19h) a 14 de Junho de 2015. De terça-feira a domingo, das 10h às 19h. Entrada franca.