SÃO PAULO – Uma quadrilha roubou ontem as telas Cangaceiro, Retrato de Maria, ambos de Candido Portinari, e Figura em Azul, de Tarsila do Amaral, de uma residência localizada na região nobre de São Paulo. Especialistas avaliam as obras em R$ 3,5 milhões. Além delas, uma quarta obra de arte, Crucificação de Jesus, de Orlando Teruz, um discípulo de Portinari, também teria sido levada. O grupo aproveitou o Dia das Mães e simulou uma entrega na residência.
A dona da casa, uma senhora de 80 anos – ex-mulher de Henri Maksoud, proprietário do hotel que leva o nome da família -, a nora dela e quatro funcionários foram mantidos reféns por uma hora. Os bandidos reviraram toda a casa e ainda tentaram levar uma escultura do artista Victor Brecheret. Eles quebraram a base, mas não conseguiram levar a peça. Os bandidos fugiram e até o final da noite de ontem ninguém havia sido preso. Os retratos falados de quatro criminosos que participaram da ação começaram a ser elaborados ontem.
No roubo, os ladrões cortaram as pinturas de seus chassis deixando nas paredes da casa apenas as molduras vazias. Fizeram isso, provavelmente, para poder enrolar as telas e transportá-las. “É motivo de muita tristeza saber dessa agressão a obras que são patrimônios brasileiros”, diz João Candido Portinari, filho do pintor. Já o diretor da Bolsa de Artes do Rio, Jones Bergamin, faz um diagnóstico bem drástico. “Portinari pintava com bastante matéria no período da década de 1950, e como os ladrões cortaram e enrolaram a tela, vai quebrar tudo. Acho que apenas 10% ou 20% da tinta vai ficar.” Já o dano ao autorretrato de Tarsila pode ser menor por sua pintura ser mais lisa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (UTILIDADE PÚBLICA)