A Prefeitura de Castro, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Cultura, e Casa da Cultura Emília Erichsen, convidam para a Exposição GRAVURAS de Dorothea Wiedemann.
Finalizando o Circuito de Exposições /2011, da Casa da Cultura Emília Erichsen, abre na quarta-feira (26/10) a exposição DOROTHEA WIEDEMANN GRAVURAS. A mostra busca demonstrar as várias fases de produção da artista apresentando obras que datam das décadas de 40 a 90, e um vídeo documental de 1992, (filmado por Christian Christóforo) onde a artista comenta com o público presente na abertura da exposição Xilogravuras, a técnica empregada na fatura das obras (este vídeo compõe a tese Vida e Obra de Dorothea Wiedemann de Ilsemarie Hampf, Christiane Strickert e Thelma de Assis). A presente exposição esboça um olhar sobre Dorothea, pautado pela cronologia das obras, pela temática (dramática, lírica e simbólica), bem como pela apresentação da diversidade técnica em busca de desafios no desenvolvimento da xilogravura. Serão apresentadas obras que fazem referência a família da artista, bem como a sua passagem por outros países como: Alemanha; França; Estados Unidos; e Nova Guiné. Outras obras abordam a religião – a morte e a vida; a paisagem dos Campos Gerais. A curadoria busca enfatizar a amplitude da vida de Dorothea Wiedemann, que do urbano e cosmopolita ao rural e provinciano, a gravar com cortes precisos e luminosos, transitou e registrou, como que escreve seu diário de bordo.
O acervo de obras de Dorothéa Wiedemann existente na Casa da Cultura Emília Erichsen compreende 264 obras, entre xilogravuras, desenhos a bicos de pena e aquarelas, bem como instrumental de trabalho, matrizes em madeira e outros objetos de interesse que lhe pertenceram. Em 1997, a Prefeitura Municipal de Castro, homenageou a artista com a implantação da Sala Dorothéa Wiedemann na Casa da Cultura Emília Erichsen, que realiza exposições parciais temporárias deste acervo, ilustrando as diversas fases e temáticas desenvolvidas pela artista.
Sobre Dorothea Wiedemann
Nasceu na Alemanha em 25 de setembro de 1930. Juntamente com seus pais emigrou em 1933 para o Brasil, passando a viver numa pequena chácara em Terra Nova, Castro. Seus primeiros desenhos e aquarelas datam da época de infância. Com o intuito de garantir o acesso a escolas para ela e suas duas irmãs, anos após mudaram-se para o Recife onde frequentou a Escola de Arquitetura e Belas Artes, ocasião em que realizou suas primeiras gravuras em improvisado estúdio no quarto de empregada. Valendo-se de suas pesquisas na literatura de arte européia, dedicava especial interesse pela gravura, mesmo sendo esta inexistente na grade curricular da faculdade. Após sua graduação, trabalhou dois anos no estúdio de Yolanda Mohalyi em São Paulo, renomada aquarelista húngara. Também teve aulas com Karl Heinz Hansen, ilustrador dos livros de Jorge Amado. Desenvolveu ainda, nesta época, a técnica em metal com Darel Valença, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, impressiona-se com a técnica de gravura de Lívio Abramo e Marcelo Grassman.
De São Paulo, mudou-se para Paris, registrando-se no Ateliê 17, de Stanley Hayter, considerado o papa da gravura moderna, onde conviveu com artistas alemães, suecos, polinésios finlandeses, ingleses, brasileiros e franceses. Os ensinamentos desse grande mestre provocam significativo impacto e firmam a preferência da artista pela gravura como meio de expressão. Trabalhou na Embaixada Brasileira em Paris, então chefiada por Assis Chateaubriand, fundador do Museu de Arte de São Paulo. Desta época data sua predileção xilogravura (pela gravura em madeira). Dois anos após, passou a residir na Alemanha, por um ano, seguindo-se três anos na Nova Guiné e alguns meses no Japão, onde se familiariza com a impressão oriental, sempre se interessando por técnicas e métodos tradicionais para a confecção de gravuras.
Retornando à Alemanha em 1957 realizou sua primeira grande exposição individual no Museu de Antropologia de Hamburgo, com desenhos, gravuras e pinturas resultantes de suas viagens. Nos dois anos que se seguiram realizou projeto de simbolismo de cores nas diversas civilizações, o que a trouxe em visita à América do Sul e Caribe, especialmente ilha de Barbados. A partir de 1961 fixa-se em Miami, lecionando por muitos anos na Casa Grove de Artes e Ofícios, mantendo estúdio próprio em Coral Gables, seguindo-se diversas exposições, trabalha ainda junto à Universidade de Miami em atividades relacionadas ao estudo da fauna marinha. Críticos ressaltam a variedade de estilos, o que se explica em termos de ambiente. Com poucas interrupções, sempre viveu em ambientes tropicais ou semitropicais o que influenciou estilisticamente os seus trabalhos. A madeira difere de lugar para lugar e oferece novos desafios técnicos.
Retornando à Terra Nova em 1980, lecionou no Instituto Cristão, dedicou-se à criação de carneiros, ensinou arte, manteve agência de turismo, participando ativamente da vida cultural de Castro. Mudou-se dez anos após para a cidade, onde residiu até 1996, ano de seu falecimento.
Suas obras encontram-se em conceituados museus como o MASP, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Casa de Gravura de Curitiba, bem como em diversas coleções particulares do Brasil, Estados Unidos, Austrália, Inglaterra, Alemanha, Suíça, França, Japão e Canadá.
1979 a 1982 Aulas no Instituto Cristão- Castro/PR
1991 Membro do Conselho Mundial de Impressão
1997 Cidade, Cidades- Casa da Cultura Emília Erichsen Castro/PR
1999 Figuras femininas Casa da Cultura Emília Erichsen Castro/PR
1999 As Árvores Casa da Cultura Emília Erichsen Castro/PR
2003 Para Lembrar Dorothea Retrospectiva- Casa da Praça- Castro/PR e Caixa Econômica Federal PG/PR
2006 Galeria Ondas do Yapó Castro/PR
Serviço: GRAVURAS de Dorothe Wiedemann
VERNISSAGE 26 de outubro (quarta-feira) às 19h
PERÍODO 26/10 a 30/12 de 2011
HORÁRIO PARA VISITAÇÃO de segunda a sexta – das 08h às 11h30.
das 13h às 17h30.
LOCAL:Casa da Cultura Emília Erichsen
Rua Dr. Jorge Xavier da Silva, 454 Centro – Castro .
Telefone – (42) 3906-2127 (para agendar escolas e grupos).