A Fundação Bienal anuncia novo curador
Luis Pérez-Oramas será o curador geral responsável pela 30ª Bienal
São Paulo, 14 de fevereiro – A Fundação Bienal de São Paulo anuncia o venezuelano Luis Pérez-Oramas como curador da 30ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, que será realizada em 2012. Luis Pérez-Oramas deverá iniciar o trabalho no mês de março, quando montará a equipe curatorial. Pérez-Oramas também será responsável em 2013 pelas mostras itinerantes da 30ª Bienal e, mantido o convênio atual entre a Fundação Bienal e o Ministério das Relações Exteriores, pela participação brasileira na Bienal de Veneza.
Nascido em Caracas no ano de 1960, reside em Nova York onde é o curador de arte latino-americana no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Além de curador, Pérez-Oramas é escritor, poeta e historiador, com PhD em História da Arte pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). Com forte envolvimento com a arte brasileira, entre 2009 e 2010, curou a mostra O Alfabeto Enfurecido reunindo obras de Mira Schendel e León Ferrari no MoMA, no Museu Reina Sofia e na Fundação Iberê Camargo. Como curador convidado participou da equipe da 24ª Bienal de São Paulo, em 1998. No MoMA, assinou a curadoria de Latin American and Caribbean Art: Selections from the Collection of The Museum of Modern Art, em 2008; New Perspectives in Latin American Art, em 2007; e, Transforming Chronologies: An Atlas of Drawings, em 2006.
Latino-americano, com excelente trânsito nos circuitos de arte no Brasil e atuando numa plataforma global, creio que Luis Pérez-Oramas, como curador geral da 30ª pode oferecer contribuições extremamente positivas ao posicionamento da Fundação Bienal de São Paulo nessas três esferas com que a instituição interage: Brasil, América Latina e mundo, destaca Heitor Martins, presidente da Fundação.
O processo de escolha do novo curador teve início em outubro de 2010, quando a diretoria da Fundação Bienal buscou avaliar o percurso de cerca de 20 candidatos com potencial para o cargo. A partir dos cenários traçados, levando em conta as qualificações dos candidatos e os desafios que o momento impõe à Fundação Bienal de São Paulo por ocasião de sua 30ª edição, sobressaíram três nomes que receberam o convite para a apresentação de um pré-projeto. Detalhadamente analisadas as propostas, a de Luis Pérez-Oramas foi eleita como a mais adequada. Estou satisfeito em anunciar, após um criterioso processo, o nome de Pérez-Oramas para curadoria. Fazer este anúncio em fevereiro assegura o prazo adequado para o desenvolvimento de pesquisa mais profunda por parte dos curadores, o que certamente resultará em uma mostra de grande qualidade, comenta Martins.
Para atuar como curador da 30ª Bienal, Luis Pérez-Oramas terá uma licença parcial do MoMA, retomando plenamente às atividades na instituição, após o término da Bienal.
Dados biográficos – Luis Pérez-Oramas
Nascido em Caracas, Venezuela, em 1960, e residente em Nova York, Luis Pérez-Oramas é curador, escritor, poeta e historiador de arte, com PhD em História da Arte pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). Em 2003, se tornou curador adjunto do departamento de desenhos do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Desde dezembro de 2006, é curador de arte latino-americana no MoMA. Pérez-Oramas foi professor de História da Arte da Université de Haute Bretagne-Rennes 2, Rennes, França (1987-1991); da Ecole Régionale Superieure des Beaux Arts de Nantes, França (1992-1994); e do Instituto de Estudios Superiores de Artes Plásticas Armando Reverón, Caracas, Venezuela (1995-2002). O venezuelano foi ainda membro da Diretoria da National Gallery of Art of Venezuela (1995-2001) e curador da Coleção Patricia Phelps de Cisneros, Caracas (1995-2002).
Exposições com curadoria de Pérez-Oramas: The Faces of Reverón: exposição comemorativa aos 40 anos da morte de Armando Reverón (Armando Reverón Museum, Macuto, 1994); Analogies and Confrontations (Galeria de Arte Nacional, Caracas, 1996); Armando Reverón: Antropofagia da Luz (Seção histórica na 24ª Bienal de São Paulo, 1998); Armando Reverón: The Place of Objects (Galeria de Arte Nacional de Venezuela, Caracas, 2002); Images of Armando Reverón: The Building of a Character (Projeto Armando Reverón, Centro Cultural Trasnocho Arte Contacto, Caracas, 2004); Transforming Chronologies: An Atlas of Drawings (MoMA, 2006), New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: Selections from a Decade of Acquisitions (MoMA, 2007); Latin American and Caribbean Art: Selections from the Collection of The Museum of Modern Art (Museu de Nova York, Albany, 2008); e mais recentemente, entre 2009 e 2010, a mostra O Alfabeto Enfurecido, reunindo obras de Mira Schendel e León Ferrari no MoMA, no Museu Reina Sofia, em Madri, e na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.
Exposições com co-curadoria de Pérez-Oramas: Armando Reverón 1989-1954. An Anthological Review (Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Palacio de Velázquez, Madri, 1992); The Invention of Continuity. Contemporary Venezuelan Art 1968-1997 (Galeria de Arte Nacional, Caracas, 1997); Dynamic Oppositions: Geometric and Constructive Art in the Patricia Phelps de Cisneros Collection (Museu Jack S. Universidade de Austin, Texas, 1999); Geometric Abstraction: Latin American Art from the Patricia Phelps de Cisneros Collection (Fogg Art Museum, Harvard University Art Museums, Cambridge, Massachusetts, 2001); Venezuelan Contemporary Art from the Colección Cisneros, 1990-2004 (Museu Soto, Cidade Bolívar, 2004); MoMA at El Museo. Latin American and Caribbean Art from the Collection of The Museum of Modern Art (Museu del Barrio, New York, 2004); The Rhythm of Color. Alejandro Otero and Willys de Castro. Two Modern Masters in the Colección Patricia Phelps de Cisneros (Instituto Aspen, Aspen, 2006); Armando Reverón (MoMA, 2007); e 6ªBienal Mercosul (Porto Alegre, 2007).
Livros publicados: Pérez-Oramas é autor de seis livros de arte, entre os quais Armando Reverón, de los prodigios de la luz a los trabajos del arte (Caracas: Museu de Arte Contemporânea Sofía Imberas, 1990); La década impensable y otros escritos fechados (Caracas: Museu Jacobo Borges, 1996); Mirar Furtivo (Caracas: National Culture Council, Art and Critique Collection, 1997); La cocina de Jurassic Park y otros ensayos visuales (Caracas: Fundação Polar, 1998); Gego: Anudamientos (Caracas: Fundação Gego-Sala Mendoza, 2004); e An Atlas of Drawings: Transforming Chronologies (New York: Museu de Arte Moderna, 2006). Além desses títulos, editou e publicou como autor colaborador O Alfabeto Enfurecido: Mira Schendel e León Ferrari (Nova York: Museu de Arte Moderna, 2009). Como poeta, publicou mais seis livros: Poemas (Caracas: Editorial Arte, 1978); Salmos y boleros de la casa (Caracas: Monte Avila Editores, 1986); La Gana Breve (Caracas: Fondo Editorial Pequeña Venecia, 1992); Doble Siesta (Limoges: Sixtus, 1994); Gacelas y otros poemas (Caracas: Editorial Goliardos, 1999) e Prisionero del Aire (Valencia: Pre-Textos Poesías, 2008).