"ENCONTRO no MON” com o artista visual Sérgio Moura
"Todo comer é um rito. Não se trata apenas de nutrir – se, mas de comer juntos, ocupar
certos lugares na roda,… e junto com os alimentos, intercambiar também sentimentos e
ideias." Leonardo Boff
"A arte de hoje não nos diz nada como a arte do passado, ela convida o espectador para refletir sobre o que é uma obra de arte e suas relações com o sistema institucional. De certa forma, a arte, produzida hoje, expõe feridas da cultura e do sistema da arte.
O museu como lugar passivo foi desarticulado com o Minimalismo na década de 1960 e logo em seguida a Arte Conceitual entrou em cena questionando de forma crítica e decisiva as instituições culturais, em especial o museu, o templo da sacralização da arte. O embate foi travado entre o museu e as novas propostas artísticas, efêmeras, privilegiando a ideia contra a materialidade que se armazena na instituição e alimenta o mercado de arte com mercadorias. A arte, desde então, passou a ser uma usina geradora de críticas, provocações e incômodos.
Para a arte contemporânea, o museu com sua arquitetura característica, com função de alojar uma diversidade de procedimentos, é um laboratório de ensaio do que pode ser uma obra de arte, um campo de experimentação. Nesse caso, o museu é o lugar privilegiado para o exercício do pensamento, até porque, as obras efêmeras são transferidas ou resgatadas para dentro do discurso e da instituição museológica pelos documentos, registros e reproduções". Almandrade, artista e arquiteto.
O encontro conversa tem como objetivo: Revitalizar a idéia matriz de humanidade, afeto talvez perdido dos tempos em que vivemos mais próximos, pois vida é relações.
Em que o artista justifica:
A mesa que formalmente nos reúne para tomar café, almoçar e jantar como símbolo principal do lugar sensível. Da cozinha de nossa casa, dos tempos que vivenciamos intenso convívio entre familiares, amigos, vizinhos, à eterna sensação de quanto isto é saudável e reconfortante. Experiência completa de intersubjetividade e relações. Afeto que talvez não mais retorne senão pela iniciativa isolada de algum de nós. Generosidade que nos religa pelo gesto de cozinhar, de conviver e de conversar ao pé do ouvido escutando o coração do outro bater.
Dos encontros de arte vivenciados desde o final da década de 1960 e início dos anos 70, e das iniciativas conseqüentes desse período prolífero (Ações autônomas protagonizadas por artistas; Festivas de Arte; Centro de Criatividade de Curitiba; Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná; Núcleo de Estética; Grupos diversos de artistas associados (Praça da arte; Movimento Artshow; Sensibilizar – arte na rua; Bicicleta; Moto Contínuo; PH4 etc ), instantes que dignificaram nossa natureza libertária, tempo que passou e muito que se perdeu em forma de relações às adversidades políticas enfrentadas, e ainda assim sobrevivemos pra contar nossa história tantas foram as situações vividas por nossa geração.
Prestigiem o ENCONTRO POSSÍVEL NO MON com o artista visual Sérgio Moura, que será realizado na segunda-feira, às 16 horas, no Setor Educativo do museu, no piso subsolo do mesmo museu, na rua Marechal Hermes, 969 – Centro Cívico em Curitiba.