Abertas as inscrições para a 6ª Bienal de Cultura da UNE
Festival receberá trabalhos de artes cênicas, música, literatura, ciência e tecnologia, cinema e artes visuais
Estão abertas, até 15 de novembro, as inscrições para as mostras universitárias da 6ª Bienal de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Podem se inscrever estudantes do ensino superior, médio e pós-graduação de todo o país. As áreas temáticas das mostras para inscrição de trabalhos são: artes cênicas; cinema e vídeo, artes visuais; música; literatura; ciência e tecnologia.
A Bienal acontece entre os dias 20 a 25 de janeiro de 2009, em Salvador, e terá como tema Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro.
Para participar basta ler o regulamento disponível no site da UNE e enviar o trabalho que será apresentado juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição no valor de R$10,00 para o seguinte endereço: Centro Universitário de Cultura e Arte da Bahia, Av. Reitor Miguel Calmon, s/n. Vale do Canela – PAC (Pavilhão de Aulas do Canela) – CEP 40110-100 – Salvador, Bahia. Para as inscrições feitas por Correio será válida a data de postagem.
É preciso enviar também o documento disponibilizando o trabalho sob a licença Creative Commons (modelo no site http://creativecommons.org/license/?lang=pt )
A divulgação dos trabalhos selecionados será feita pela internet, no site da UNE, a partir do dia 20 de dezembro de 2008, e os materiais enviados para julgamento não serão devolvidos.
O estudante que tiver seu trabalho selecionado para apresentação no evento estará isento do pagamento da taxa de inscrição. No caso de trabalhos coletivos, que forem selecionados, cada integrante deverá pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 10,00.
Para participar das atividades, o valor é de R$ 50,00. Os soteropolitanos pagarão uma taxa de R$ 30,00. Vale lembrar que o custo de alojamento não está incluído neste valor e que todos os inscritos na 6ª Bienal terão acesso às instalações, shows e demais atividades do evento.
Ao enviar seu trabalho para a 6ª Bienal da UNE, escreva no envelope a área escolhida. As inscrições que não contiverem todo o material solicitado no regulamento serão automaticamente eliminadas.
Outras informações: (71) 3283.7688.
Trabalho Cultural: do CPC aos CUCAs
A UNE foi precursora de importantes movimentos culturais na sociedade brasileira. O Centro Popular de Cultura (CPC) é o mais bem sucedido deles e nos anos 60 animou a cena artística brasileira com novas experiências no campo da pesquisa e da produção cultural. Participaram do CPC nomes como Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Ferreira Gullar, Vianinha, entre outros. O projeto foi encerrado com o Golpe Militar de 1964
Retomada Cultural
De lá para cá, as questões políticas que envolveram as entidades estudantis a repressão, a clandestinidade e a reorganização determinaram um período de instabilidade das atividades culturais ligadas aos estudantes. Mas o trabalho cultural da UNE foi retomado com vigor durante as Bienais de Cultura e Arte (Salvador, 1999; Rio, 2001 e Recife-Olinda, 2003), quando foram lançadas as bases do projeto do Circuito Universitário de Cultura e Arte, os CUCAs.
1ª Bienal – Com a realização da primeira Bienal da UNE, em 1999, na cidade de Salvador, a entidade retomou seu papel de referência no cenário cultural brasileiro e passou a influir novamente nos rumos do debate sobre a elaboração das políticas pública para a área.
A Bienal reuniu cerca de 5 mil estudantes, além de diversas personalidades do mundo acadêmico, científico e artístico. A diversidade de opiniões sobre a cultura e seus desdobramentos se deu pelo olhar de artistas como Leline, Chico César, Jorge Mautner e o grupo Racionais MCs (com uma apresentação memorável).
2ª Bienal – A iniciativa se consolidou de vez em fevereiro de 2001, com a realização da 2ª Bienal, no Rio de Janeiro, onde começou a discussão sobre uma forma mais contínua de fomentar a produção cultural e artística nas universidades. O Lado B (espaço para programação não-oficial) e o Lado C (visita e interação com as comunidades dos morros do Rio de Janeiro) foram as grandes novidades. Mas o grande fato que marcou esta edição foi o amadurecimento do trabalho cultural da UNE, que se expressou no lançamento do Circuito Universitários de Cultura e Arte, o CUCA da UNE.
Além disso, nesta edição a entidade propôs que as atividades do festival subsidiassem a reflexão do tema Nossa Cultura em movimento, instigando uma discussão sobre a diversidade cultural brasileira. Desta vez, mais de 8 mil jovens participaram. As presenças marcantes foram Augusto Boal, Ziraldo, Oscar Niemeyer, O Rappa e Tom Zé.
3ª Bienal – Até que se chegasse à 3ª Bienal, várias ações e intervenções foram realizadas pelo CUCA. Fundou-se em São Paulo o primeiro núcleo do projeto e a partir daí realizaram-se seminários nacionais. Surgiu o jornal Encucado e houve a aproximação do CUCA com grupos artísticos: o projeto de artes plásticas PIA (Projeto de Interferência Ambiental) e o grupo teatral paulista Companhia São Jorge de Variedades. Etapas preparatórias foram realizadas em diversos estados, como a 2ª Bienal da UEE-SP e a etapa mineira, da UEE-MG, em conjunto com o Festival Coração de Estudante de Musica Universitária.
A Bienal realizada em Recife, em fevereiro de 2003, veio para consolidar o projeto CUCA e iniciar a formação de uma rede cultural estudantil organizada nas universidades do país. Naquele ano, a partir da temática Um encontro com a cultura popular, o festival trouxe uma programação que discutiu a identidade cultural do povo brasileiro. Foi o momento também de avaliar a postura do novo governo eleito em relação às políticas culturais e à valorização da cultura popular. Participaram o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o escritor Ariano Suassuna.
4ª Bienal – Em 2005, com o tema Soy Loco por ti América, a 4ª Bienal teve o propósito de provocar uma reflexão sobre as possibilidades da integração do continente, a partir do diálogo entre a cultura e as diversidades de seus povos. O festival ocorreu em São Paulo, paralelo ao XIV Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes (CLAE), fato que viabilizou a vinda de grande número de participantes de outros países. O tema do congresso, Outra América é Possível, reforçou a idéia de unidade e integração latino-americana ao propor mudanças na área econômica, política e social. Personalidades como o ministro da educação de Cuba, Vecinno Alegrete; Aleida Guevara (médica cubana e filha de Che); Enio Candotti; Mino Carta; e Aziz Absaber marcaram presença.
Este último encontro também serviu de espaço para mostrar as experiências dos 10 núcleos CUCAs formados no Brasil entre o intervalo das Bienais. O Espaço CUCA foi um dos principais locais do festival, servindo de referência para os interessados em conhecer o trabalho cultural desenvolvido pela UNE.
5ª Bienal em janeiro de 2007, como tema Brasil-África: um rio chamado Atlântico, a 5ª edição da Bienal da UNE aportou novamente no Rio de Janeiro, desta vez para propor a mais de 8 mil universitários de todo o País o debate sobre a influência africana na cultura brasileira.
Baseada na leitura do livro homônimo do historiador, diplomata e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva, a 5ª Bienal possibilitou aos participantes compreender que a identidade nacional passa pelo entendimento de que somos um povo em formação, novo, mestiço. Pensar que para além do tráfico negreiro, houve uma relação de enorme troca cultural entre os dois continentes. Portanto, o Brasil e a África não estavam simplesmente em contato, mas faziam parte de uma mesma territorialidade, a do Atlântico Sul, espaço no qual o nosso País se formou.
Durante os 7 dias de festival foram 42 debates, com a presença de 170 convidados de altíssimo nível; entre eles o cantor e a época Ministro da Cultura, Gilberto Gil, o escritor angolano sensação na Flip de 2006, Ondjaki, os cantores Lenine, Naná Vasconcelos, Carlos Lyra, o escritor Ferreira Gullar entre outros. A 5ª edição também bateu recorde de inscrições: 1.304 trabalhos.
Voltando à Bahia de todos os santos
A 6ª edição da Bienal vai comemorar o 10º aniversário do Festival e também marcará a volta do evento a Salvador, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira edição da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, vinte anos após a UNE ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar.
Outro fator marcante desta Bienal será a importância da cidade-sede em relação ao tema “Raízes do Brasil formação e sentido do povo brasileiro”, que pretende discutir a formação do povo brasileiro de um ponto de vista contemporâneo.
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Contato para entrevistas
Presidente da UNE Lúcia Stumpf (11) 8456-2151
Diretor de Cultura da UNE – Rafael Simões (21) 8684-5253
Posted by Vidal