De 29 de outubro a 1º de novembro o Centro Universitário Maria Antonia recebe o Seminário Arte, Cultura e Fotografia: metodologias de investigação, que traz a público informações recentes sobre pesquisas em História da Arte no âmbito da fotografia. As palestras serão realizadas das 9 às 17h, de segunda a quinta-feira, com entrada franca.
A segunda edição do Seminário Arte, Cultura e Fotografia: metodologias de investigação cobre um largo espectro de temas, entre eles a imagem como artefato, o desenvolvimento da fotografia conceitual no Brasil, a história do foto-clubismo no país, o colecionismo institucional na legitimação da fotografia como arte e os usos da fotografia na obra de German Lorca, Geraldo de Barros e Waltercio Caldas
Programação
29/10 · segunda-feira
9h · abertura
com Prof. Dr. Tadeu Chiarelli (ECA-USP)
9h15 · palestra: A Imagem como artefato
com Prof. Dr. Ulpiano Bezerra de Menezes (FFLCH-USP)
A exposição parte de abordagens inicialmente referidas à fotografia e que procuravam tratar a imagem visual, não apenas como puro conteúdo sígnico, mas também como um objeto físico, material, em suma, um artefato. Após exame de como a História da arte e a Antropologia da arte têm reagido a tal proposta, procura-se apontar as suas inúmeras implicações, especialmente no tocante à pesquisa histórica.
14h · mesa: O fotoclube e o fotógrafo
mediador: Thiago Gil (ECA-USP)
comunicação 1: German Lorca e o Foto-Cine Clube Bandeirante
com Daniela Maura Ribeiro (ECA-USP)
German Lorca começa a fotografar em 1946. Associa-se ao Foto-Cine Clube Bandeirante (FCCB) em 1948, no qual atua até 1952. O objetivo desta comunicação é demonstrar como o aprendizado fotográfico de Lorca no FCCB intensificado por sua participação regular no circuito de salões, concursos e seminários internos promovidos pela agremiação, além do exercício dos mais diversos tipos de fotografia, inclusive flagrantes e pseudoflagrantes teria moldado os conceitos sobre fotografia artística e composição fotográfica que ele leva para sua vida profissional.
comunicação 2: Clube da Objetiva (1970-89): um fotoclube no central do Brasil
com Ana Rita Vidica (UFG)
A comunicação tratará da recuperação histórica do fotoclube de Goiânia, o Clube da Objetiva, nas décadas de 1970 e 1980, constituindo parte do percurso fotográfico do Estado de Goiás. Para isso, buscou-se a compreensão deste Fotoclube enquanto instituição, órgão seletor e produtor de imagens, percebendo em que medida o mesmo incorpora as práticas do movimento fotoclubista.
30/10 · terça-feira
9h · palestra: História da arte como história da imagem: aproximações
com Paulo Knauss (UFF)
Em primeiro lugar, a palestra aponta como a afirmação da história científica desprezou a imagem como fonte. Em seguida, caracteriza o processo de institucionalização dos estudos visuais a partir da afirmação do conceito de cultura visual nos Estados Unidos. Após mostrar as diferentes definições do conceito de cultura visual, discute como tal conceito foi sendo valorizado no campo da história da arte ao sublinhar o caráter histórico do estatuto artístico, o que permite aproximar a história da imagem da história da arte.
14h · mesa: O museu, o fotógrafo, a fotografia: submissão ou convívio?
mediadora: Monica Cristina Berto (FBASP)
comunicação 1: O Autoral na Fotografia um estudo de caso sobre a Coleção Pirelli-Masp de Fotografia
com Carolina Soares (ECA-USP)
Com a comunicação O Autoral na Fotografia um estudo de caso sobre a Coleção Pirelli-Masp de Fotografia, propõe-se uma análise sobre os discursos apropriados pela fotografia para sua instituição enquanto objeto de arte. A partir de questões como o autoral, são criados padrões estéticos ainda pautados em um debate atrelado à arte moderna, principalmente norte-americana. O objetivo é tomar a Coleção Pirelli-Masp, iniciada em 1991, como objeto de estudo para tentar entender o processo, pelo qual um museu sistematiza e legitima uma possível história para a fotografia brasileira.
comunicação 2: Percursos urbanos na arte contemporânea: relato de desenvolvimento de pesquisa de mestrado a partir de experiência poética pessoal
com Juliana Angeli (UFRGS)
Apresentação da pesquisa Percursos Urbanos: novos olhares na arte contemporânea, desenvolvida no curso de Mestrado em História, Teoria e Crítica, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) entre 2005 e 2007. A partir de problemáticas relacionadas à nossa produção artística pessoal com a técnica de fotografia com câmara obscura, a dissertação analisa oito produções contemporâneas que utilizam percursos urbanos e fotografia como parte constitutiva essencial de suas poiéticas e poéticas. Objetivamos analisar a forma como se estruturaram os deslocamentos no espaço urbano desde a Modernidade, os novos sentidos que estes adquiriram na atualidade, e a maneira como os artistas contemporâneos, através de seus deslocamentos ou da apropriação das trajetórias de terceiros, ressignificaram os espaços urbanos e seus personagens.
31/10 · quarta-feira
9h · palestra: Marc Ferrez e a tradição da pintura, com Tadeu Chiarelli (ECA-USP)
Reconhecido como um dos principais fotógrafos brasileiros de todos dos tempos, Marc Ferrez estruturou sua obra em contato direto com a tradição pictórica que o antecedeu, problematizando os limites entre pintura e fotografia. A idéia é refletir sobre essas conexões possíveis percebidas em sua produção, a partir de uma abordagem que não minimiza o entranhamento da mesma na cena social brasileira do século XIX.
14h · mesa: Moholy-Nagy, a nova visão e seus influxos no Brasil
mediadora: Eliane Pinheiro da Silva (ECA-USP)
comunicação 1: Fotoformas de Geraldo de Barros: entre a abstração e a arte concreta
com Heloisa Espada (ECA-USP)
As Fotoformas de Geraldo de Barros foram produzidas de 1946 a 1952, período em que o debate artístico na capital paulista se concentrava na dicotomia entre abstração e figuração. A comunicação propõe uma análise crítica dessa produção, cotejando-a com as noções de fotografia abstrata e arte concreta, com as quais as Fotoformas são freqüentemente relacionadas pela historiografia da arte. A partir dessa reflexão, pretende-se questionar sentido da produção fotográfica de Geraldo de Barros no contexto da arte construtiva desenvolvida no Brasil durante a década de 1950.
comunicação 2: Unidades espacio-temporais: proposições espaciais através das imagens fotográficas produzidas por László Moholy-Nagy
com Paulo Castral (USP-São Carlos)
Pretende-se discutir através das formulações do conceito de unidade espacio-temporal desenvolvido László Moholy-Nagy, tendo como recorte de análise sua produção de imagens fotográficas, o desenho dos contornos das relações de reciprocidade entre o meio fotográfico e os meios de expressão espacial, estabelecidas na primeira metade do século XX, resgatando-se, dessa maneira, a contribuição do campo específico da linguagem fotográfica no debate e definição do espaço dito moderno. Busca-se redirecionar as abordagens antes focadas nos diferentes níveis de representação empregados na elaboração dos discursos sobre o espaço, para a discussão então do processo de constituição das possíveis proposições de novas configurações espacio-temporais, elaboradas através da própria imagem fotográfica, em especial através dos fotogramas.
01/11 · quinta-feira
9h · palestra: A fotografia conceitual no Brasil
com Daria Jaremtchuk (USP-Leste)
A palestra estabelecerá um panorama sobre o uso do meio fotográfico por artistas plásticos no Brasil a partir dos anos de 1960. Irá demonstrar como a fotografia tornou possível a muitos desses artistas indagarem sobre questões ontológicas da arte, assim como outros problemas significativos para o período, como a desconstrução dos mitos identitários e questões de gênero.
14h · palestra: Impasses fotográficos na obra de Waltercio Caldas
com João Paulo Leite Guadanucci (ECA-USP)
mediadora: Andréa Cortez Alvez (ECA-USP)
A trajetória artística de Waltércio Caldas mantém, ao menos desde a segunda metade da década de 1970, uma forte ligação com o que poderíamos denominar “questões fotográficas”, ou seja, com situações e dilemas que a onipresença da fotografia e/ou reprodução fotográfica trouxe para a produção artística ao longo do século XX. O trabalho de Waltércio Caldas propôs algumas leituras instigantes de um contexto cultural caracterizado pela profusão de imagens fotográficas, marcando estas leituras com uma atenção crítica sempre avessa a juízos unívocos ou moralizantes. Os momentos mais potentes deste diálogo entre obra e imagem deixam evidente a visão de Waltércio, segundo a qual a reprodução fotográfica é um imperativo contemporâneo que o trabalho deve de algum modo incorporar à sua própria materialidade – é o que notamos especialmente em trabalhos como Manual da ciência popular (1982) e o livro Velázquez (1996), entre outros.
II Seminário de Arte, Cultura e Fotografia
29 de outubro a 1º de novembro
s egunda a quinta-feira, a partir das 9h
entrada franca
Capacidade de público limitada, o acesso obedecerá à ordem de inscrição.
Inscrições
(11) 3091-4430
22/10 a 26/10, das 10 às 17h
com Raul Cecílio
http://www.usp.br:80/mariantonia/