Em Brasilia, exposição retrata poética urbana em concreto armado

O artista plástico Rodrigo Sassi inaugura a exposição "Desdobramentos Infiltrórios", na Galeria Fayga Ostrower, no Complexo Cultural Funarte Brasília, nesta quinta-feira (5), às19h. A mostra, que reúne esculturas e pinturas, será aberta ao público no dia seguinte. A visitação é de segunda‐feira a domingo das 9h às 21h, com entrada franca, até 5 de janeiro de 2014.

No trabalho, o que se espera rígido apresenta‐se maleável. O pesado surpreende pela leveza. O reto torna‐se anguloso, como as ruas, os rios, as ladeiras e as avenidas. Na cidade cinza de concreto armado de Rodrigo Sassi, há movimento, curvas e cruzamentos. Trata‐se da compreensão do artista sobre o pulsar das grandes metrópoles – mais especificamente, São Paulo. No entanto, a presença do concreto armado como matéria‐prima consolida um diálogo forte com Brasília, com suas curvas e o horizonte de Oscar Niemeyer. "A exposição é reflexo de uma plataforma que veio da rua. Trata‐se de uma poética urbana", define o artista. Esta é a atmosfera da mostra Desdobramentos Infiltrórios.

Paula Borghi, critica de arte que acompanha o trabalho do artista há alguns anos, comenta sobre "Entre o céu e a terra, bolhas!", uma das esculturas que integra a mostra: "Sassi desenha ‘nuvens’ de concreto armado que flutuam no espaço. Uma obra que, assim como a água, é rígida quando no estado sólido e maleável no estado líquido. Trata‐se de uma arquitetura do impossível, real apenas no universo da arte".

O artista

Paulistano, Sassi graduou‐se em Artes Plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em 2005. Antes de migrar para as galerias, sua arte tinha como suporte a própria cidade, por meio de intervenções nas ruas. Seu amadurecimento artístico veio do trabalho com coletivos de artistas e também com projetos sociais, onde experimentou uma diversidade de mídias, técnicas e conteúdos.

Integrou o grupo de pesquisa Arte & Meios Tecnológicos, do Mestrado de Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina, coordenado pela critica e curadora Christine Mello. Em 2008, essa convivência se transferiu para Londres, só retornando ao Brasil em 2010, sob forte influência da experiência vivida na Inglaterra. As referências da rua passaram então a influenciar o trabalho do artista, desenvolvido em atelier.

Fonte:

Ministério da Cultura