A exposição “Antanas Sutkus: um olhar livre”. São 120 imagens que revelam o talento de Sutkus, o mais renomado fotógrafo lituano, e também um dos mais expressivos em âmbito mundial. Curitiba é a primeira cidade a receber a mostra (que posteriormente percorrerá outras capitais) e contará com a presença do fotógrafo na aertura.
Livre da ideologia
Antanas Sutkus nasceu na Lituânia em 1939 e construiu o seu percurso durante o regime comunista, mas conseguiu escapar das armadilhas da censura política e não se perdeu nem se prendeu nas malhas da ideologia. O curador da mostra, Luiz Gustavo Carvalho, afirma que Sutkus descreve a vida cotidiana de maneira justa. “Às vezes irônica, mas sempre por meio de uma linha forte e resistente ao sistema e às influências”, diz Carvalho.
O público do MON terá a oportunidade de conhecer a cultura do leste europeu pelo olhar daquele que é considerado por críticos e jornalistas como “o poeta entre os soviéticos”. “As imagens não evocam memórias, e sim um presente contínuo que apresenta um povo com seus mistérios e idiossincrasias”, diz a diretora do Museu Oscar Niemeyer, Estela Sandrini.
Um outro registro
Sutkus fotografa desde a década de 1950 e mantém um acervo de mais de 1 milhão de negativos, entre os quais, 120 fotos selecionadas para a exposição que chega ao MON. Para ele, a arte da fotografia está no momento do disparo e, devido a essa crença, Sutkus tem restrições ao processo digital. “As câmeras digitais reduzem a responsabilidade do fotógrafo. Você perde a atenção devido à possibilidade de disparar várias vezes e rápido”, afirma Sutkus.
O fotógrafo lituano vai apresentar ao público, no bate-papo que antecede a inauguração da mostra, os seus pontos de vista, entre os quais o seu elogio ao amor. “O meu credo é de amar o homem. Há muito tempo eu aprendi que para fotografar é necessário amar as pessoas e a vida”, diz.